Pontes e viadutos na Amazônia – Por Professor Nazareno
Foto: Divulgação
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Porém, os manauaras adoram esta “benfeitoria” e fazem até questão de mostrá-la aos quatro ventos como sendo algo que trará, não se sabe como, desenvolvimento e riquezas para a sua cidade. Nem se perguntam quanto custou a sua construção. Já em Rondônia, os absurdos e a farra com o dinheiro público são até maiores do que no Amazonas: dos desnecessários viadutos de Pimenta Bueno até a novela dos intermináveis viadutos da capital Porto Velho, que já viraram chacota nacional em programa de televisão, o que se vê é uma homenagem ao absurdo. Os seis viadutos e passagens de nível da capital de Rondônia só serviram até agora para derrotar o PT local nas últimas eleições municipais. Pior mesmo é a ponte sobre o rio Madeira, a que liga o nada a coisa alguma. Trezentos milhões de reais jogados literalmente na água caudalosa do rio fazem desta obra uma homenagem à estupidez humana. Mas o senso comum a aplaude.
Sem a estrada pronta, essa obra é um dos maiores exemplos de desperdício no país. Mas por estar ao lado de uma vitrine de 500 mil admiradores, os políticos deixaram de construir pontes bem mais importantes do ponto de vista estratégico como a de Guajará-Mirim ou mesmo a outra que tiraria o Acre do isolamento. A ponte de Porto Velho além de subsidiar a farinha de mandioca produzida no projeto Joana d’Arc servirá também para muitos incautos levarem suas famílias para tecer loas “a capacidade dos nossos políticos” e fazer fotos. Mesmo com ela, a ligação entre Porto Velho e Manaus sempre dependerá da balsa do Careiro e num Estado que já dá sinais de falência, gastar uma fortuna sem necessidade é fazer-nos de trouxas. Falaram até que ela seria entregue antes do prazo e dentro do orçamento. Duvido: o Brasil não é Primeiro Mundo e a empresa que fizer isto jamais ganhará qualquer licitação. Obras públicas neste país geralmente se confundem com desperdício, roubalheira, superfaturamento, desvios de verba e enganação do público, que paga e aplaude “a generosidade e o trabalho” de suas autoridades.
*É Professor em Porto Velho.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!