Um levantamento recente da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar) aponta que a forma como uma família estrutura sua sucessão patrimonial pode modificar, de maneira significativa, o quanto de seu patrimônio será efetivamente preservado ao longo das gerações.
De acordo com o estudo, diferentes modelos de sucessão como doações em vida, testamentos, constituição de holdings familiares e uso de fundos patrimoniais apresentam impactos distintos sobre custos tributários, segurança jurídica e velocidade do processo de transmissão dos bens. A escolha inadequada pode resultar em perda de patrimônio, conflitos entre herdeiros e aumento considerável de despesas com impostos e processos judiciais.
A pesquisa destaca que a sucessão tradicional, baseada apenas na partilha após o falecimento, tende a ser mais onerosa e demorada. Já estruturas planejadas, como a criação de empresas familiares, permitem maior controle sobre a divisão dos bens, reduzem custos de inventário e oferecem mecanismos mais robustos para evitar disputas.
Outro ponto levantado pela Planejar é que o planejamento antecipado proporciona maior proteção contra riscos externos, como dívidas, litígios ou gestão inadequada do patrimônio pelos sucessores. Além disso, famílias que adotam estratégias combinadas como testamento aliado a instrumentos societários apresentam maior eficiência na preservação de ativos ao longo do tempo.
Especialistas envolvidos no estudo reforçam que o desconhecimento sobre os modelos de sucessão ainda é um dos principais desafios. Muitos brasileiros só pensam no tema em momentos de emergência, quando já não é possível adotar soluções mais vantajosas.
A Planejar alerta que o planejamento sucessório não é voltado apenas para grandes fortunas, mas para qualquer família que deseja garantir a continuidade patrimonial de forma organizada, transparente e com menor custo. O estudo conclui que decisões informadas podem representar a diferença entre a manutenção do patrimônio familiar ou sua diluição ao longo das gerações.