Catorze dias após o incêndio que destruiu a boate Kiss, em Santa Maria (301 km de Porto Alegre), e primeiro dia de Carnaval, curiosos aproveitam para ir ao local.
Neste sábado (9), primeiro dia de circulação de veículos na rua dos Andradas, moradores e visitantes foram até a entrada do estabelecimento, vigiada por policiais da Brigada Militar.
"O mais triste é que isso podia ser evitado", diz o advogado Renato Ferroni, 31, que veio de Arroio do Sal (166 km de Porto Alegre) para prestar homenagens. Ele não conhecia nenhuma das vítimas. O amigo dele, o militar da reserva Jaime Brondani, 50, perdeu dois primos de segundo grau na tragédia. "Minha prima, que perdeu quatro colegas, chora direto. Eram pessoas lindas", diz Brondani.
Mais cedo, o casal Irene Silva, 60, e Manoel Silva, 67, dizia sentir um misto de dor e alívio ao visitar o local. O neto dos dois, Kawê Machado Dias, 22, escapou da morte no incêndio e teve alta nessa sexta-feira (8) do hospital Conceição, em Porto Alegre. "Ele ficou entubado e só mexia os olhos", afirmou o avô.
"Agora que ele saiu, a sensação é de tristeza por esses meninos que morreram, mas de vitória pelo meu neto", diz Irene. Kawê deve voltar neste sábado a Santa Maria, segundo os avós.
Como a movimentação de moradores diante da boate é intensa, policiais isolaram uma das faixas da pista para facilitar a circulação em frente à boate e evitar acidentes e atropelamentos.