Uma ação integrada entre a Polícia Civil e a Polícia Militar de Rondônia resultou, na madrugada deste domingo (16), em um confronto armado no município de Guajará-Mirim.
Após o recebimento de informações sobre um possível crime de extorsão mediante sequestro, que estaria em fase de execução contra um advogado da cidade, as Polícias Civil e Militar iniciaram um trabalho investigativo.
De acordo com a Polícia Civil, o alerta inicial indicava que integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) estariam planejando o delito contra a vítima. Como as informações eram insuficientes para planejamento detalhado, as equipes permaneceram mobilizadas, aguardando qualquer acionamento emergencial.
INVASÃO AO IMÓVEL E ABORDAGEM POLICIAL
Por volta de 2h30, um investigador foi acionado diretamente pela vítima, que relatou suspeitar da presença de indivíduos no quintal de sua residência. As equipes se deslocaram imediatamente ao endereço e estabeleceram posicionamento tático no interior e na área externa do imóvel.
Segundo o relatório policial, quatro indivíduos encapuzados avançaram pelo quintal após escalarem o muro da edícula. Um deles, portando uma pistola, realizou varredura visual pela porta de vidro da cozinha, momento em que policiais civis, posicionados no interior, tomaram cobertura para evitar identificação.
Após recuar, o suspeito teria sinalizado aos comparsas com a frase "Podem vir, está limpo", permitindo o avanço dos demais em progressão tática. No instante em que se aproximaram da porta de vidro, os agentes se identificaram verbalmente com a ordem legal de "Parados! É a Polícia!".
INÍCIO DO CONFRONTO ARMADO
Segundo as equipes, um dos suspeitos respondeu à ordem com disparo de arma de fogo em direção à cozinha, atingindo uma parede. Diante da iminente agressão e risco à vida dos agentes, foi realizado o emprego de arma de fogo para legítima defesa, conforme previsto na legislação.
O confronto se deslocou até a área do fundo do quintal. Dois suspeitos - entre eles um adolescente - renderam-se e foram imediatamente contidos, sem ferimentos graves. Dois outros suspeitos continuaram armados e efetuando disparos contra os policiais.
Um dos agressores, identificado como Erick Silveira de Holanda, 25 anos, portava um revólver com munições deflagradas. Ele foi atingido na região da cabeça durante o confronto com policiais militares. O outro suspeito, que portava uma pistola calibre 380, foi ferido na perna e sofreu um ferimento de raspão na boca, sendo posteriormente detido.
Não foi possível determinar em qual momento exato esse segundo indivíduo foi atingido.
ATENDIMENTO, PERÍCIA E PRESERVAÇÃO DO LOCAL
As equipes do PATAMO e do Corpo de Bombeiros realizaram o socorro imediato dos feridos. Erick Silveira de Holanda, apesar do atendimento emergencial, não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital.
O outro suspeito ferido estava, no momento da assistência médica, com uma quantidade considerável de substância semelhante à maconha.
A Perícia Técnica (POLITEC) foi acionada ainda durante a madrugada, porém informou que a equipe deslocada para atendimento chegaria ao local posteriormente, pois estava em outra ocorrência.
Para assegurar a cadeia de custódia dos vestígios, as armas utilizadas pelos suspeitos - um revólver e uma pistola calibre .380 - foram preservadas exatamente nos locais onde foram abandonadas. A marca do disparo na parede da cozinha também foi devidamente registrada.
Durante a varredura no quintal, foi encontrado um aparelho celular com uma ligação ativa. Segundo a polícia, a pessoa do outro lado da chamada orientava e encorajava os suspeitos a prosseguir na ação criminosa. Um estojo calibre .380 também foi recolhido.
As armas utilizadas pelos policiais no confronto foram apresentadas para registro e controle administrativo, conforme determina o protocolo institucional.
PROCEDIMENTOS FINAIS
A equipe da POLITEC compareceu ao local ainda durante a elaboração do boletim de ocorrência, realizando a coleta de armas, estojos e demais vestígios materiais.
Os suspeitos detidos e os objetos apreendidos foram encaminhados à autoridade policial para adoção das medidas legais cabíveis.