Um bebê do povo indígena Akuntsú nasceu no dia 8 de dezembro, no sul de Rondônia, marcando o primeiro registro de nascimento do grupo em mais de três décadas. A informação foi confirmada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que classificou o acontecimento como um marco para a sobrevivência de um dos povos mais impactados por conflitos territoriais no Brasil.
Historicamente, os Akuntsú sofreram com invasões de terras, violência e perda de território, o que reduziu drasticamente sua população e colocou em risco a continuidade cultural do grupo. Por isso, o novo nascimento é visto como símbolo de resistência e renovação.
Em nota, a Funai destacou que o episódio reforça a importância de proteger os territórios tradicionais e garantir políticas voltadas à saúde, segurança alimentar e preservação cultural dos povos isolados e de recente contato.
A notícia também gerou forte comoção entre ativistas e defensores dos direitos indígenas. Nas redes sociais, a militante Eliana Lucena lembrou experiências semelhantes vividas pelos povos:
“As mulheres Nhambikwara, do norte do MT, quando começou a invasão de suas terras e a aldeia foi transferida para outro local pela Funai, ficaram 10 anos sem engravidar. Perdas, traumas, desaparecimento de etnias… a notícia nos emociona”.
Apesar do sinal de esperança, o desafio permanece: garantir condições dignas e seguras para que os Akuntsú e outros povos em situação de vulnerabilidade possam preservar sua cultura, seu território e seu futuro.