*A trégua de mais de três anos começa a ser rompida pelo MST em Rondônia. Os Sem Terra se dizem insatisfeitos com a morosidade do INCRA em resolver o problema dos Assentamentos e acampamentos, além do inúmero desconforto causado pelo INCRA em deixar por 05 meses educadores de assentamentos e acampamentos sem receber.
*Para Jonas Miranda, do Setor de Educação do MST “Nossos educadores estão cansados de tanta enrolação por parte do INCRA”. Para entender o problema é importante reportarmos para as matérias de dezembro do ano passado que denunciavam uma licitação fraudulenta na Fundação Riomar, gestora do Projeto de PRONERA – 1º Segmento, que mantém convênio com o INCRA para atender a educação de Jovens e Adultos em Assentamentos de Reforma Agrária.
*As denúncias partiram do interior do próprio projeto, quando um Colegiado formado por coordenadores dos Movimentos e Estudantes da UNIR, tiveram acesso aos processos e aos documentos da licitação fraudulenta. Denunciaram as irregularidades no INCRA, na UNIR e no Ministério Público, sendo que este orientou ao INCRA, que sanasse o projeto e garantisse sua continuidade face a sua relevância social.
*Para Matilde Pinto, da Direção Nacional do MST em Rondônia “Há uma inversão das coisas nessa situação do PRONERA. Ao que parece o INCRA fica contra os denunciantes e não a favor deles”, diz a dirigente que completa “Não sei quais os reais motivos que fazem a asseguradora do PRONERA em Rondônia, que é uma Servidora do INCRA, em querer acabar com o Projeto”.
*A morosidade a que se refere Matilde, trata-se de que todos os itens da Auditoria, como a própria devolução do recurso público, supostamente desviado, foi devolvido aos cofres públicos. A única pendência das exigências da Auditoria Geral do INCRA é quanto o quantitativo de alunos que estão freqüentando as aulas, que ainda não foi concluída pela própria morosidade do INCRA.
*“Como querem negam o direito à educação, a jovens e adultos que tiveram a vida toda tendo esse direito negado?” afirma um educador do MST que não quis se identificar. Os Educadores e educandos do MST prometem se mobilizar para garantir que o projeto continue. O Educador Leôncio afirma que “Ocuparemos, se for necessário, até o INCRA em Porto Velho para garantir a Educação do nosso povo”.