A Defesa Civil do Amazonas informou que 40 mil pessoas em 16 municípios já são atingidas pela cheia dos principais rios que cortam o Estado. Nesta semana, com o aumento das chuvas, estão em situação de emergência 11 municípios.
*Os mais críticos são Borba, onde o rio Madeira transbordou, Barreirinha, no baixo rio Amazonas, e Santo Antônio do Içá, no alto Solimões.
*Nesta sexta-feira, a Prefeitura de Barreirinha (329 km de Manaus) anunciou a suspensão das aulas na zona rural e não descarta que 40% dos alunos, no total de 7.000 estudantes da rede, fiquem sem ir às escolas.
*Na região, 300 famílias tiveram as casas tomadas pelas águas e estão isoladas. O prefeito Gilvan Seixas (PPS) responsabilizou os efeitos da cheia do Paraná do Ramos, que deságua no baixo Amazonas, aos desmatamentos no Pará e em Mato Grosso, Estados que fazem divisas com o municípios.
*"Os desmatamentos são a grande influência para os rios, porque estão destruindo as matas ciliares."
*Segundo a Defesa Civil, os municípios de Borba, Manicoré, Humaitá e Pauini já receberam ajuda de R$ 350 mil do governo do Amazonas para a compra de medicamentos, remédios e transferência de 16 mil pessoas para abrigos.
*A maioria das casas atingidas pela cheia é palafita (de madeira com estaca). Mesmo com as águas na metade das casas, as famílias resistem a sair.
*O ciclo de enchente e vazante (seca) é um processo natural, que acontece todos os anos na Amazônia. Os desmatamentos têm agravado os ciclos, segundo os cientistas.
*Desde o ano passado, quando uma estiagem severa deixou mais de 90 mil famílias de ribeirinhos isoladas, o Serviço Geológico do Brasil vem monitorando os rios e divulgando os dados para que a Defesa Civil formule estratégias para minimizar os efeitos dos desastres ambientais.
*"Em Santo Antônio do Içá faltam apenas 21 cm para que a cota de emergência do rio Solimões seja atingida, um sinal que a população já precisa do apoio dos órgãos competentes", disse engenheiro Daniel de Oliveira, do Serviço Geológico.