*Fecharam a BR e o comércio em Ariquemes. Os toreiros estão revoltados com a decisão do Ibama, de proibir a extração de madeira sem que seja apresentado um plano de manejo florestal, ou seja, um planejamento para que a floresta seja preservada e tudo que for tirado dela possa ser explorado, mas de maneira organizada e consciente proporcionando a preservação e agregando mais valor aos produtos. A política do Ministério do Meio Ambiente é criticada, a ministra Marina Silva é bombardeada pelo ex-toreiro Ivo Cassol, que coincidentemente é governador deste Estado, o que mais destruiu dentre todos da Amazônia.
*Sobre tudo isso, eu acho que chega de garimpo. Medidas polêmicas e contundentes como esta de pôr fim à exploração indiscriminada da floresta dão muito o que falar, principalmente quando há mudança numa política arcaica e mal construída, que firmou toda a estrutura econômica de uma região num ciclo auto-destrutivo e ignóbil, cujas perspectivas são de um grande garimpo verde.
*Quando as árvores enfim forem todas postas no chão, transformadas em toras, em pranchas e em palanques políticos, todos irão embora, deixando um rastro de destruição e esquecimento, estarão todos abraçados ao fim do ano pedindo melhorias, reclamando do tempo, das chuvas, do calor e da falta de dinheiro. Pensar no futuro não é pensar amanhã, e sim hoje.
*Não sou ecologista, nem insensível à luta dos trabalhadores que vivem, infelizmente, da destruição, todos precisam prover o sustento de suas famílias, de seus filhos, de seus netos... Ah, e seus netos, do jeito que eles querem, terão que mudar daqui, não terá mais o que explorar, todo garimpo seca, todo ouro só deixa ricos poucos, não os que pegam no pesado, batendo catraca, mas os que dentro de suas salas confortáveis se embebedam com uísque e a seiva dos mognos, cedros e cerejeiras. Todas madeiras de lei. Aliás esta expressão é tão antiga quanto o que defendem os manifestantes, tem origem em uma lei do período imperial.