Pesquisadores da Unesp receberam R$ 20 milhões do Ministério da Saúde para iniciar a fase final de testes do soro antiapílico, medicamento destinado ao tratamento de envenenamentos por abelhas africanizadas (Apis mellifera).
Desenvolvido há mais de uma década pelo Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap) da Unesp de Botucatu, o soro tem tecnologia 100% nacional e apoio da Fapesp. O estudo será conduzido pelo Centro de Ciência Translacional e Desenvolvimento de Biofármacos (CTS).
Entre 2013 e 2023, o Brasil registrou mais de 200 mil casos de picadas de abelhas, com quase 700 mortes, superando os acidentes com serpentes. Hoje, o tratamento é apenas sintomático, sem antídoto específico disponível no SUS.
O novo soro, produzido a partir da inoculação gradual de veneno em cavalos para gerar anticorpos, mostrou bons resultados em testes anteriores. A fase 3, que envolverá até 200 pacientes, é a última antes da aprovação da Anvisa.
Se confirmada a eficácia, o biofármaco será o primeiro tratamento específico contra ataques de abelhas no Brasil, podendo ser distribuído pelo SUS.