Tarcísio e o cálculo do poder - Por Roberto Gutierrez

Movimentos silenciosos indicam reacomodação interna no bolsonarismo e revelam tensões sobre quem realmente liderará o projeto presidencial

Tarcísio e o cálculo do poder - Por Roberto Gutierrez

Foto: Divulgação

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Estratégia
 
O apoio de Tarcísio a Flávio Bolsonaro nos bastidores não é mero gesto de solidariedade política, é cálculo.
 
Ao insuflar a pré-candidatura de Flávio enquanto evita defendê-la abertamente, Tarcísio sinaliza lealdade ao bolsonarismo sem comprometer sua própria projeção nacional.
 
Essa ambiguidade preserva sua imagem, evita desgastes e mantém aberto o caminho para assumir o protagonismo caso o cenário mude.
 
Sucessão
 
A tentativa de projetar Flávio como presidenciável esconde outro objetivo: reforçar sua posição como potencial vice numa chapa com Tarcísio.
 
Michelle Bolsonaro, porém, permanece como a favorita da ala emocional do bolsonarismo, enquanto Flávio representa a ala pragmática.
A disputa real, portanto, não é pelo Planalto, mas pelo segundo lugar da chapa, espaço decisivo para controlar o futuro do grupo.
 
Comando
 
A palavra final continua com Jair Bolsonaro, cujo poder simbólico permanece intacto, mesmo no presídio da Polícia Federal.
 
É ele quem arbitra conflitos internos, decide quem sobe e quem desce e define o eixo estratégico do movimento.
 
Flávio aposta que o pai pode usá-lo como peça de equilíbrio entre Tarcísio e Michelle, mas isso ainda é uma incerteza.
 
Impacto
 
A permanência de Flávio como pré-candidato por tempo prolongado trava articulações estaduais.
 
Governadores e partidos aliados hesitam em firmar compromissos enquanto o desenho nacional não se estabiliza.
 
Isso pode atrasar coalizões em estados estratégicos e fragilizar o grupo no momento em que deveria consolidar alianças.
 
Flávio sabe disso e usa o impasse como moeda política para negociar sua própria sobrevivência no núcleo duro do bolsonarismo.
 
Existe um porém:
 
A exigência de Flávio, renunciar à pré-candidatura à Presidência caso a anistia fosse votada, revela mais sobre sua fragilidade do que sobre sua força dentro do grupo.
 
A verdade é que não há clima político para aprovar anistia, muito menos para avançar na dosimetria dos processos.
 
O cálculo no entorno do próprio bolsonarismo é simples: Bolsonaro preso rende mais votos do que Bolsonaro livre.
 
A prisão produz narrativa, unidade e mobilização  elementos que o bolsonarismo domina como poucos.
 
A situação guarda semelhança com a fatídica facada de 2018, que tirou Bolsonaro dos debates, blindou-o do confronto direto e o transformou, aos olhos da base, em vítima de um sistema hostil.
 
Agora, a prisão cumpre função semelhante: alimenta o discurso de perseguição e mantém a militância emocionalmente engajada.
 
Flávio, ao condicionar sua desistência a uma anistia improvável, expõe o próprio isolamento.
 
No fundo, seu pedido parece mais um movimento para valorizar seu passe do que uma demanda viável no tabuleiro real.
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