No Brasil, o país do faz de conta, definitivamente o tumor social virou câncer. a doença moral faz folia, indiscriminadamente, entre os homens bem ou mal paridos, guardadas as honrosas exceções é claro.
É que o poder embriaga os homens, que se iluminam com a sensação de serem reis ao menos por um dia. Para conquistá-lo, vendem o cachorro, as jóias da mulher, da empregada, da mãe, penduram papagaio em bancos, mas, depois de eleitos, todos já sabem o final da história, a maioria pega a estrada para voltar quatro anos depois pedindo novamente os votos do já descrente eleitor.
Por falar nisso, longe de ser cômico, apenas hilariante, foi a cena protagonizada pelo PT, ontem, no senado federal, quando o partido impôs ao conselho de ética da casa, a retirada de pauta e o consequente arquivamento, de 11 processos contra o presidente da casa, José Sarney. Vergonhoso! De uma só tacada, tirou não só Sarney, mas Renan e Collor da lata do lixo e nela jogou a ética, a moral a esperança e a boa fé da população, além do decoro parlamentar.
Na realidade, o poder encanta, e muita das vezes embriaga. No passado, muita gente pensava, que para exercê-lo com dignidade, era necessário ser petista e ostentar uma estrela vermelha no peito. Hoje ser petista é quase um vexame.
O que o PT fez ontem, quando livrou Sarney da guilhotina, merece reflexão, porque desmoraliza-o perante a opinião pública e o deixa numa situação difícil quanto o tema a ser comentado ou debatido for moralidade, seriedade e outras questiúnculas do gênero.
Tudo porque, a estrela vermelha, outra vez, levou um baque feio, se esfacelou em vários pedaços e deixou nua e desacreditada a população menos favorecida, e um dedinho de fé e de esperança que ainda restava, foi pro beleléu.
Resta-nos pois agora, depois desse papelão, acolher com pena e prestígio, os petistas que sobraram e que ainda prezam pela ética e pela decência.
Aos demais e que não afinam com essas qualidades, devemos sugerir que usem, ao invés de uma estrela vermelha no peito, uma tarja preta para simbolizar o luto e desconforto da nação com esse gesto sem vergonha.