CRACOLÂNDIA AVANÇA: Centro de Porto Velho enfrenta aumento de andarilhos e usuários de drogas

Situação com elevação da violência, furtos e roubos demonstra um retrato do descontrole público e descaso social

CRACOLÂNDIA AVANÇA: Centro de Porto Velho enfrenta aumento de andarilhos e usuários de drogas

Foto: Rondoniaovivo/Cedidas por moradores

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O centro da cidade de Porto Velho tem sido preenchido por andarilhos adictos, soltos pelas ruas e fazendo das calçadas sua morada. Diversos dependentes químicos estão tomando posse do Centro antigo da capital, além de bairros como Baixa da União, Triângulo, Mocambo, Areal e Santa Bárbara tem se tornado palco da concentração crescente dos usuários.

 

Esse fato não se deu por coincidência, devido a migração populacional com a expansão da capital alguns edifícios e galpões ficaram vazios, abandonados, esquecidos no tempo. A presença do microtráfico, um comércio de drogas em pequenas porções, fez com que esses espaços fossem preenchidos por usuários que de início utilizavam esses prédios somente para se abrigar.

Quem tem negócios na região central reclama de constantes furtos e roubos, inclusive com arrombamentos de comércios. Tudo é comercializado por perto. É comum nas madrugas e até durante o dia, ver pessoas carregando metais para a venda como sucatas.

 

A onda de furtos está fora de controle. Para alimentar o vício, furtam tudo que é de metal de barracões, comércios, casas e órgãos públicos. Até tapumes, calhas, telhados e postes estão sendo levados e vendidos na região central. Não pouparam nem o prédio da antiga Delegacia da Mulher que por diversas vezes foi arrombado e furtado.

 

 

Os comerciantes estão atemorizados. A clientela tem diminuído e a insegurança vem crescendo. Denuncias deixaram de ser feitas por temor a retaliações por parte dos denunciados.

 

“Já não sabemos a quem recorrer. Os furtos acontecem o tempo todo, e não só nos prédios abandonados. As lojas e comércios sofrem com constantes arrombamentos e furtos”, declarou uma comerciante da região central.

 

 

O presidente da Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (Asfemm), George Telles, disse que a entidade já efetuou diversos comunicados ao poder público em busca de ações que protejam os prédios públicos tombados, o patrimônio de órgão públicos e de comércios na região central, no entanto, ainda não houve nenhuma ação eficaz que possa resolver o problema.

 

A falta de controle público só contribui para a desordem. Politicas rasas de controle não se mostram muito além de uma manobra para dispersar o problema do que o resolver. A resposta tem sido a mais angustiante de todas: o silêncio. A população clama por segurança e paz para o dia a dia enquanto os usuários se tornam massa de manobra, sendo expulsos de um lugar e se estabelecendo em outro.

 

Como surge uma cracolândia

 

Uma cracolândia não surge de repente. Ela é o resultado de uma combinação de fatores sociais, urbanos e econômicos que provocam a degradação de uma área e atraem pessoas em situação de vulnerabilidade.

 

O processo começa com o declínio urbano, como ocorreu no centro de São Paulo após o fechamento da antiga Rodoviária da Luz em 1982. O esvaziamento da região levou ao abandono de prédios, queda no comércio e ocupação por pessoas em situação de rua.

 

Nos anos 1990, a chegada do crack, droga barata e de efeito rápido, transformou o local em ponto de concentração de dependentes químicos e traficantes. Com o tempo, a região passou a ser marcada por violência, vulnerabilidade social e ausência de políticas públicas efetivas.

 

As ações policiais, quando isoladas, tendem apenas a dispersar usuários e traficantes, levando à formação de novos focos em outras partes da cidade.

 

A cracolândia, portanto, é o reflexo de um ciclo vicioso: degradação urbana, vulnerabilidade social, tráfico e políticas ineficazes que deslocam — mas não resolvem — o problema.

 

Esse caminho é o mesmo em todas as cidades por onde o domínio do tráfico e o descontrole social permitem o surgimento de aglomerados em vias públicas. O que se vê no centro de Porto Velho é uma repetição conhecida em médias e grandes cidades.

 

Silêncio como resposta

 

A reportagem buscou respostas junto a Secretaria Municipal de Inclusão e Assistência Social (Semias) para saber como está a política social de acolhimento de pessoas em situação de rua. Outro questionamento foi sobre o funcionamento adequado de abrigo para esse tipo de população. Em uma semana de espera e depois de falar com cinco servidores, nenhuma resposta foi dada pela Secretaria responsável pelo acolhimento e implantação de políticas públicas para essa demanda social.

 

A reportagem também não teve resposta do governo estadual sobre políticas públicas para a população de rua e de segurança para a região central. 

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