A região Amazônia deve se tornar num grande corredor de ferrovias para atender as exportações brasileiras para novos mercados. O Brasil abriu 403 novos mercados externos para produtos brasileiros desde 2023, com um total de 62 mercados abertos em 2023, 91 em 2024 e 254 até o início de agosto de 2025, de acordo com informações do governo federal através do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Para ganhar agilidade na logística e reduzir o custo final, os investimentos em estradas de ferro devem aumentar para garantir que os produtos cheguem nos destinos em menor tempo e com preços mais competitivos.
A expansão ferroviária avança rapidamente na Amazônia com quatro rotas ferroviárias em processo ou estudo de concessão; outras duas rotas ferroviárias em construção; e mais 13 ferrovias autorizadas, instrumento criado para ferrovias que permite a construção delas com orçamento privado sem necessidade de concessão.
Rondônia será beneficiada com a grande ferrovia transoceânica que ligará o Atlântico ao Pacífico com base logística em Porto Velho, antes de seguir para o Acre e Peru. O vizinho estado do Mato Grosso está mais avançado, pois além dos investimentos em rodovias, o governo daquele estado vem construindo ferrovias estaduais para integrar às grandes linhas férreas.
Esse planejamento mato-grossense seria um ótimo modelo para Rondônia que tem grande produção agropecuária e o transporte é totalmente feito pelo modal rodoviário, considerado o mais caro e que afeta a competitividade dos produtos nas exportações.
As principais rotas ferroviárias da Amazônia
No PPI, as concessões previstas incluem: Corredor Leste-Oeste (Fico/Fiol), ligação de Mato Grosso à Bahia, passando por Goiás; Ferrogrão (Sinop/Miritituba), eixo logístico no Mato Grosso até o Pará; Extensão da Ferrovia Norte-Sul (Açailândia/Barcarena), entre Maranhão e Pará. As concessões do Corredor Leste-Oeste e a Ferrogrão também aparecem no PAC (Plano de aceleração do crescimento).
No PPA, está prevista a construção de duas grandes rotas ferroviárias: Corredor Leste-Oeste (Fico/Fiol); Transnordestina, interligando a Ferrovia Norte-Sul, Pernambuco, Ceará e Piauí. O orçamento público, nesses casos, está aquém do valor total dessas obras, indicando que é usado principalmente para ações complementares como planejamento, estudos, supervisão e desapropriações. Os trechos Salgueiro-Pecém (PE) e Eliseu Martins (PI)-Porto Franco (MA) da Transnordestina também aparecem como estudo para concessão no PAC.
O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) realizou um levantamento inédito a partir de dados do Mapa Interativo das Infraestruturas de Transporte, que reúne informações sobre obras em andamento (em construção) no Brasil e projetos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e Plano Plurianual 2024–2027 (PPA), com foco na Amazônia Legal. Os dados evidenciam a dimensão da expansão de rodovias, hidrovias e ferrovias na região.