Nesta quarta-feira (6), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia (Sintero) declarou greve. A Secretaria do Estado de Educação (Seduc) não se posicionou oficialmente nem emitiu nota sobre a paralisação que, de acordo com números da própria pasta, afeta cerca de 170 mil estudantes da rede estadual de ensino e não tem previsão de término.
Ainda não há estimativa, do Sintero e nem da Seduc, sobre o número de professores que devem aderir à greve. O
Rondoniaovivo procurou as duas instituições, que ainda estão calculando quantos profissionais vão participar. A expectativa é parcialmente negativa para o movimento paredista, já que alguns técnicos da educação - em especial os representados pelo Sindicato dos Técnicos Educacionais (Sintae) - são instigados pela diretoria do sindicato a não participar da paralisação.
O motivo da paralisação, que abrange todo o estado de Rondônia, são reivindicações antigas da classe professoral como valorização da profissão e concurso público. Em entrevista exclusiva ao Rondoniaovivo realizada ontem, Dioneida Castoldi, presidente do Sintero, disse que ‘é o Governo do Estado quem decide quando a greve acaba’.
A greve acontece após a realização de uma reunião entre a Mesa Estadual de Negociação Permanente (MENP) e representantes do Sintero, do Sindicato dos Professores e Professoras do Estado de Rondônia (Sinprof) e Sintae. O Sintero classificou as propostas do Governo como ‘insuficientes e irrisórias’.
O Rondoniaovivo buscou a Seduc para apurar qual o plano do Governo para evitar a paralisação e o desgaste do calendário letivo escolar, a dimensão da greve e os próximos passos da pasta. O assessor procurado pelo jornal simplesmente reencaminhou a nota já publicada pelo jornal, que pode ser conferida
NESTA notícia.
Confira abaixo as reivindicações dos grevistas e as propostas do Governo:
— Auxílio-alimentação: Sem reajuste há nove anos, o auxílio-alimentação pago pelo Governo de Rondônia é de R$ 253. A proposta atual do Governo é de um aumento para R$ 500;
— Auxílio-transporte: A proposta do Governo é instituir um valor igualitário de R$ 200 limitado a trabalhadores que recebem até quatro salários mínimos, considerando as verbas que incidem para fins de imposto de renda - o que o Sintero considera insuficiente;
— Titulações: Os grevistas pedem diferenciação de remuneração de acordo com a quantidade de especializações (títulos, a exemplo de especialização e doutorado). O Governo afirma que não há margem para aumento neste momento, mas propôs como compensação, a criação de um abono a ser pago no final do ano, com valor a depender das sobras orçamentárias e que ainda não foi definido;
— Concurso público: Há tempo sem concursos públicos para Educação, o Estado propôs concurso público unificado, para técnicos e professores, com edital previsto para 2025 e contratação em 2026;
— Recesso para técnicos educacionais: O Governo se comprometeu a criar um projeto de lei para garantir 10 dias de recesso para técnicos educacionais, que geralmente continuam trabalhando durante férias escolares.