A prisão ilegal de pessoas que acompanhavam o deputado federal Ernandes Amorim na saída da festa da “corrida dos jericos” em Alto Paraízo, no último domingo, pode levar a investigação da Polícia Militar do Estado pela Corregedoria da Câmara dos Deputados.
*Amorim entende que esta prisão ilegal, em operação que causou tumulto e constrangimento, foi uma retaliação pública à representação que apresentou ao Ministério Público Federal para investigar ações que imputa arbitrária da Polícia Militar, na retirada de garimpeiros de Cachoeirinha, atendendo interesses de uma empresa mineradora, e estimulada por adversários políticos, que estariam manipulando a Polícia em Ariquemes, para dificultar seu trabalho parlamentar.
*A representação foi divulgada na imprensa regional, e levada ao conhecimento do comando da PM. O parlamentar tem defendido o ordenamento das atividades econômicas primárias no Estado, porque a falta de regularização destas atividades marginaliza a população, e é fonte de “propinas” para policiais e fiscais, levando à institucionalização da corrupção em Rondônia.
*Domingo, quando Amorim, seus familiares e um grupo de amigos e simpatizantes se retiravam do local aonde realizou-se a “corrida dos jericos” em Alto Paraízo -RO, um pelotão da PM aproximou-se de forma “espalhafatosa”, dando ordem de prisão a uma das pessoas que acompanhavam o grupo – um pequeno empresário da construção civil e garimpeiro conhecido como “Chicão” -, alegando que haveria uma ordem judicial de prisão contra ele. “Chicão” negou tal ordem de prisão, informando que devia-se a um equívoco, e o deputado interferiu, solicitando que fosse apresentada, pois pelo que conhecia, ordem anterior haveria sido revogada. Os policiais, comandados por um cabo, disseram que não tinham a ordem em mãos, e que levariam Chicão preso assim mesmo, criando tumulto e desacatando o parlamentar.
*A filha de Amorim, advogada Helma Amorim, buscou intervir reclamando da prisão arbitrária ao tenente que comandava o policiamento na festa, e, na discussão que seguiu-se com a intransigência do militar em manter a prisão sem qualquer flagrante ou ordem de autoridade competente, seu marido, o empresário Luiz Cláudio, ex-secretário de Cultura e Esportes do governo Ivo Cassol, terminou também sendo algemado, e conduzido com Chicão a Ariquemes. Aonde foram soltos depois de intervenção de autoridades superiores, que negaram a existência de qualquer ordem de prisão.
*O parlamentar, posteriormente, soube que o Delegado Regional da Polícia Civil que também estava na festa, foi procurado para prender “Chicão”, que estaria no “grupo do Amorim”. O Delegado informou que não havia qualquer ordem de prisão contra ele, e que ordem anterior, fora suspensa. Apesar disto, o destacamento da Polícia Militar resolveu agir por conta própria.
*Outra versão é que a prisão de “Chicão” e de Luis Cláudio tenha sido estimulada por adversários políticos de Amorim, pois não é a primeira vez que policiais militares da cidade de Ariquemes atendem pressões destes adversários para cometerem arbitrariedades contra pessoas ligadas ao parlamentar.
*De qualquer forma, Amorim quer os fatos esclarecidos pela Corregedoria da Câmara, entendendo que o comportamento da Polícia Militar teve o objetivo de provocar constrangimento à sua pessoa, em público, em retaliação a sua ação parlamentar, pois não havia qualquer flagrante, ou ordem de prisão que justificasse a arbitrariedade cometida.