ECONOMIA: BNDES é o segundo banco mais lucrativo do país no 1° semestre de 2025

Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira, 21, na sede da instituição, no Rio

ECONOMIA: BNDES é o segundo banco mais lucrativo do país no 1° semestre de 2025

Foto: Jaqueline Machado/BNDES

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  • Banco lucra R$ 13,3 bilhoes no período de janeiro a junho deste ano
  • Injeção de crédito na economia foi de R$ 130 bilhões no período, alta de 56% sobre 2024 e de 285% sobre 2022
  • Consultas, aprovações e desembolsos superam marcas dos últimos 5 anos
  • Aumento de R$ 204,2 bilhões nos ativos totais na atual gestão, alcançando R$ 888 bilhões, alta de 30% sobre 2022
  • Carteira de crédito cresce 13% frente ao segundo trimestre de 2024 e atinge maior valor nos últimos 7,5 anos
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou no primeiro semestre de 2025 o segundo maior lucro do Sistema Financeiro Nacional, R$ 13,3 bilhões, resultado estável se comparado ao mesmo período de 2024.
 
No semestre, o volume de consultas, aprovações e desembolsos superou as marcas dos últimos cinco anos, com destaque para as aprovações de crédito e as operações garantidas, que registraram aumento de 56% em relação ao primeiro semestre de 2024, com injeção de crédito de R$ 129,6 bilhões, sendo R$ 72,8 bilhões em crédito e R$ 56,8 bilhões em garantias. Em relação a 2022, o aumento foi de 285%.
 
 
 
Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira, 21, na sede da instituição, no Rio, com a participação do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e dos diretores Alexandre Abreu (Financeiro), José Luís Gordon (Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior), Luciana Costa (Infraestrutura e Mudança Climática), Maria Fernanda Coelho (Crédito Digital para MPMEs e Gestão do Fundo Rio Doce) e Tereza Campello (Socioambiental).
 
 
 
Os maiores crescimentos em aprovações de crédito foram para a indústria, alcançando R$ 18,1 bilhões, alta de 24% sobre 2024 e de 220% sobre 2022, e para a agropecuária, com R$ 17 bilhões, avanço de 20% em relação a 2024 e de 262% sobre 2022.
 
O crédito aprovado para o setor de comércio e serviços somou R$ 13,5 bilhões (alta de 18% sobre 2024 e de 124% sobre 2022) e para a infraestrutura foi de R$ 24,2 bilhões (queda de 8% sobre 2024, mas alta de 53% sobre 2022).
 
'Vocês se lembram que, alguns semestres atrás, falamos que aqui no BNDES a indústria tinha ultrapassado em aprovações o crédito rural, e isso vem se consolidando: mais um semestre, a indústria está lá com 18,1% e a agropecuária com 17%', afirmou o diretor Alexandre Abreu.'Ou seja, o BNDES realmente é um banco bem forte na indústria, sem que a agropecuária tenha sido um desempenho ruim. Muito pelo contrário, nós crescemos aí de 2022 para cá, 262%'.
 
 
 
O apoio a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) apresentou forte expansão no primeiro semestre de 2025. As garantias prestadas por fundos garantidores em operações realizadas por agentes financeiros alcançaram R$ 56,8 bilhões, enquanto as aprovações de crédito somaram R$ 32 bilhões, totalizando o volume de R$ 88,8 bilhões de apoio a estas empresas, aumento de 92% comparado ao primeiro semestre de 2024.
 
 
 
O volume dos desembolsos do BNDES alcançou R$ 54,6 bilhões no semestre, aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2024 e de 63% sobre 2022, garantindo a continuidade do crescimento da carteira expandida. As consultas aumentaram 7% em relação ao primeiro semestre de 2024 e 164% sobre 2022, totalizando R$ 133,2 bilhões.
 
'Temos neste momento 1,8% do PIB em aprovação, 1,1% em desembolso”, observou o presidente Aloizio Mercadante. “São quatro anos para a aprovação virar o desembolso. Então a tendência é que o desembolso chegue a 1,8% em quatro anos. Mas como estão crescendo as consultas e as aprovações, provavelmente nós vamos chegar acima disso em 2028”.
 
Mercadante ressaltou que o Banco tende a crescer de forma mais ainda expressiva. “Neste ano, por exemplo, tivemos um crescimento importante do Plano Safra. Tivemos uma novidade que é o Fundo Rio Doce, que são recursos não reembolsáveis, mas que são relevantes e vão crescer ao longo dos anos”, avaliou.
 
O presidente destacou ainda o protagonismo do Banco em situações adversas. 'Tivemos um papel decisivo naquela grave tragédia do Rio Grande do Sul e estamos concluindo todo o programa de crédito emergencial para socorro às empresas que foram impactadas pelo tarifaço', anunciou. 'O BNDES vai agir para poder o Estado brasileiro ser solidário em relação a essas empresas, manter o nível de emprego e poder superar essa adversidade, até que a gente consiga ter uma mesa de negociação comercial capaz de reverter'.
 
 
Resultado
 
No primeiro semestre de 2025, o lucro líquido foi de R$ 13,3 bilhões, situação estável comparada ao mesmo período de 2024. Conforme mudança de regra da Resolução CMN nº 4966/2021, em vigor desde janeiro deste ano, esse montante considera eventos recorrentes, não recorrentes e também os impactos de alienações de ações de não coligadas que a partir de 2025 registrados diretamente em lucros acumulados.
 
Efeitos não recorrentes incluem principalmente receitas de dividendos e juros sobre o capital próprio de R$ 3,4 bilhões (oriundos de Petrobras e JBS), de reversões de provisão para risco de crédito de R$ 1,4 bilhão, e decorrentes da operação com JBS (alienações de ações e dupla listagem) de R$ 0,9 bilhão, efeitos líquidos de tributos.
 
O lucro recorrente foi de R$ 7,3 bilhões, aumento de 2% em relação ao primeiro semestre de 2024.
 
 
'Tivemos uma mudança de ranking aqui nesse semestre: vínhamos divulgando frequentemente a posição do banco em relação ao mercado bancário em termos de lucro, e a gente vinha ocupando a terceira posição', lembrou Alexandre Abreu. 'Neste semestre, a gente ocupa a segunda posição. O BNDES é o segundo banco mais lucrativo do Brasil'.
 
'Quando você olha a produtividade, ou seja, o lucro dividido pelo número de funcionários, a situação do BNDES é essa: R$ 5 milhões por colaborador é o que produzimos no primeiro semestre. O segundo banco registrou uma produtividade de R$ 860 milhões. Ou seja, o BNDES em relação ao segundo colocado é 6 vezes mais produtivo. Em relação aos outros, chega a números aí na ordem de 46 vezes, disse o diretor Alexandre Abreu.'
 
'O PLR representa 1,3% do lucro líquido do Banco. Através do PLR, os servidores que fazem esse lucro e recebem um retorno. O resto, nós estamos pagando em dividendos para o Tesouro. O BNDES entregou para o Tesouro Nacional R$ 40 bilhões', disse Mercadante.
 
Segundo ele, entre os bandos de desenvolvimento, como o BID, Banco Mundial, KFW, AFG, o BNDES é o único que paga todos os impostos. 'Transferimos 100% dos nossos dividendos no ano passado. E esse lucro ajuda a enfrentar o imposto fiscal. Por isso que é muito importante preservar uma carreira de excelência e ver o peso relativo', avaliou.
 
O presidente do BNDES registrou ainda a importância de se preservar as instituições de excelência do Estado brasileiro. 'Elas trazem retorno para o crescimento, emprego, inovação, descarbonização, para a reindustrialização do país e para o enfrentamento da crise climática. E cumprem um papel imprescindível para alavancar o setor privado, o mercado de capitais. Nós temos um papel catalítico em muitas operações. Para isso tudo, você precisa de uma equipe muito qualificada, construída com uma governança muito sólida', completou.
 
 
 
Ativos 
 
Em 30 de junho de 2025, os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 888 bilhões. Na comparação com os R$ 683,8 bilhões registrados no último trimestre de 2022, observa-se uma alta de R$ 204,2 bilhões (30%) desde o início da atual gestão em 2023. Esse avanço se deu sobretudo na carteira de crédito, cujo aumento foi de R$ 119 bilhões. Destaca-se, ainda, o rendimento de R$ 44,8 bilhões da carteira de participações societárias desde o último trimestre de 2022.
 
Na comparação com dezembro de 2024, o aumento dos ativos totais do Sistema BNDES foi de R$ 47,1 bilhões (5,6%). O crescimento se deu especialmente pelas altas de R$ 39,2 bilhões da Tesouraria e de R$ 12,5 bilhões da carteira de crédito expandida.
 
 
 
Os financiamentos de créditos, repasses, debêntures e outros ativos de concessão de crédito, que compõem a carteira de crédito expandida, mantiveram a trajetória de crescimento, atingindo o montante de R$ 597,5 bilhões em 30 de junho de 2025 (2,1% acima de dezembro de 2024). É o maior valor nos últimos 7,5 anos, influenciado por operações de debêntures e apropriação de juros e atualização monetária da carteira de operações de crédito e repasses interfinanceiros.
 
 
A carteira de participações societárias totalizou R$ 80,3 bilhões, queda de 2,1% em relação à posição de dezembro 2024 pela desvalorização de investimentos em empresas não coligadas e alienações de ações. As principais empresas investidas em termos de carteira total continuam sendo Petrobras, JBS, Eletrobras e Copel.
 
A solidez da carteira de crédito do BNDES é evidenciada pela inadimplência de 0,03% (90 dias), que permanece expressivamente inferior à do Sistema Financeiro Nacional (3,55% geral e 0,43% para grandes empresas em junho de 2025).
 
 
 
Fontes de recursos
 
Em 30 de junho de 2025, a parcela mais significativa do funding do BNDES (52,6% dos passivos onerosos da instituição) foi representada pelo FAT, com saldo de R$ 466,6 bilhões.  O aumento de R$ 18,7 bilhões em relação ao saldo em 31 de dezembro de 2024 é oriundo, principalmente, de apropriação de juros e ingresso de novos recursos.
 
O saldo da dívida com o Tesouro Nacional totalizou R$ 38,8 bilhões em 30 de junho de 2025. A redução de 3,9% no semestre decorre, principalmente, das amortizações ordinárias de principal e juros.
 
No primeiro semestre de 2025, o BNDES recebeu R$ 10,9 bilhões do Fundo Nacional de Mudanças sobre o Clima (FNMC), destinados ao financiamento de projetos que visem à mitigação e adaptação à mudança do clima e aos seus efeitos, e R$ 5,5 bilhões do Fundo do Rio Doce (FRDC), recursos voltados para projetos e ações compensatórias coletivas de natureza socioeconômica e socioambiental que visem reparar os danos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em novembro de 2015 no município de Mariana (MG). O BNDES foi designado gestor deste fundo no âmbito do acordo judicial celebrado entre a União Federal, os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e as empresas responsáveis pelo rompimento da barragem.
 
Adicionalmente, houve captação de R$ 7 bilhões por meio da emissão de Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCDs) e de R$ 2 bilhões por meio de Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). O saldo de captações internas foi de R$ 23,8 bilhões em 30 de junho de 2025, aumento de 64,9% em relação a dezembro de 2024.
 
As captações externas totalizaram R$ 35,7 bilhões em 30 de junho de 2025. No semestre, foram contratadas captações de R$ 4,9 bilhões com o China Development Bank (CDB), de R$ 421 milhões junto à Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e de R$ 1,1 bilhão junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), parcialmente atenuadas pelos efeitos de variação cambial e de amortização de principal e juros.
 
O BNDES continua empenhado em buscar novas fontes de recursos, com o objetivo de diversificar seu funding, reduzir o custo de captação e fortalecer sua competitividade.
 
 
 
Patrimônio líquido
 
O Ppatrimônio líquido encerrou o primeiro semestre de 2025 com o saldo de R$ 165,3 bilhões. O aumento de R$ 6,9 bilhões frente ao saldo de dezembro de 2024 decorre do lucro líquido de R$ 13,3 bilhões, atenuado pela destinação de R$ 6,3 bilhões como dividendos complementares relativos ao exercício de 2024.
 
Índice de Basileia
 
O BNDES apurou Índice de Basileia de 25,5% em 30 de junho de 2025 ante 28,2% em 31 de dezembro de 2024, permanecendo com índices de capital sólidos e situação confortável com relação ao limite mínimo regulatório de 10,5% exigido pelo Banco Central.
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