Os incêndios florestais que atingem o sul da Espanha e o sudoeste da França ganharam proporções alarmantes nesta semana, deixando mortos, feridos e obrigando milhares de pessoas a abandonarem suas casas.
Segundo o jornal The Independent, na Espanha, a situação mais crítica está concentrada na região de Tarifa, na província de Cádiz. O incêndio, iniciado em uma área próxima a um acampamento, já provocou a morte de um pastor de 69 anos e deixou pelo menos oito feridos, incluindo bombeiros que atuavam no combate ao fogo. Segundo o governo andaluz, mais de 1.500 pessoas precisaram ser evacuadas, e cerca de 5 mil veículos foram retirados da região por precaução.
Em meio ao calor intenso e ventos fortes, as autoridades lutam contra o tempo para conter as chamas, enquanto a população enfrenta cenas de desespero.
O ministro da presidência da Andaluzia, Antonio Sanz, confirmou que as chamas se espalharam rapidamente devido aos fortes ventos. Ele ressaltou a mobilização de 125 profissionais, além de 17 aeronaves e unidades de emergência especializadas.
“O trabalho tem sido exemplar e em tempo recorde, mas pedimos à população que evite a zona. Este não é momento para curiosos”, afirmou Sanz em coletiva de imprensa.
Do outro lado da fronteira, na França, o cenário também é dramático. O maior incêndio registrado neste verão teve início na terça-feira na região de Aude, próximo à vila de Ribaute. Até o momento, o fogo causou uma morte, feriu pelo menos 16 pessoas e deixou uma pessoa desaparecida. Mais de 400 pessoas foram retiradas de acampamentos turísticos, e os bombeiros alertam para o risco de novos focos nas próximas horas.
O primeiro-ministro francês, François Bayrou, anunciou que irá visitar as áreas atingidas e garantiu que o governo está totalmente mobilizado. Cerca de 1.800 bombeiros trabalham em turnos ininterruptos, enfrentando temperaturas elevadas e baixa umidade, o que dificulta os esforços de contenção.
Nas duas nações, o clima seco e o calor extremo seguem como fatores determinantes para a propagação dos incêndios. A União Europeia já colocou em prontidão aviões de combate ao fogo que poderão ser enviados a qualquer momento para apoiar os países afetados.
Enquanto isso, moradores relatam cenas de pânico e perdas.
“Tivemos poucos minutos para sair. A fumaça já estava dentro de casa”, contou uma espanhola, abrigada em um centro esportivo de Tarifa. No sul da França, famílias inteiras deixaram acampamentos às pressas, com crianças e animais de estimação nos braços.
A previsão é de que o risco permaneça alto nos próximos dias. Autoridades pedem à população que siga as instruções de segurança e evite áreas florestais até que a situação esteja totalmente controlada.