A maioria dos eleitores não votaria em candidato que prometesse livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestes a ser condenado por tentativa de golpe de Estado, de qualquer pena ou punição, mostra o último levantamento do Datafolha deste domingo (3).
De acordo com a pesquisa, realizada entre os dias 29 e 30 de julho, 61% dos entrevistados afirmaram que não votariam em quem promete conceder anistia tanto ao ex-presidente quanto a seus aliados acusados de planejar um golpe de Estado. Já 19% disseram que com certeza votariam no candidato que fizesse essa promessa.
Os resultados ressaltam o que um outro levantamento do Datafolha mostrou neste sábado (2): que a pauta da anistia não tem apoio popular. A outra pesquisa, realizada nas mesmas datas, apontou que 55% dos entrevistados não concordam com uma anistia a Bolsonaro.
Os números demonstram que apesar dessa ser a principal pauta da extrema direita, chegando a ser inclusive uma medida de chantagem utilizada por um dos filhos do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ela não encontra apoio na população.
Dos Estados Unidos, Eduardo tem articulado uma série de ataques e ameaças ao Brasil em troca da concessão de anistia ao seu pai, réu no Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado chegou até mesmo a ameaçar com sanções o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PP), para que colocasse o projeto em votação. No entanto, políticos do entorno de Motta já indicaram que a ofensiva de Eduardo teve o efeito reverso e a pauta da anistia foi enterrada de vez.
Trama golpista de Bolsonaro
Líder da trama golpista planejada durante 2022 e colocada em prática através dos atos terroristas de 8 de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático, golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Após aceitar a denúncia e colher depoimentos de réus e testemunhas, o Supremo agora se prepara para analisar novamente a ação contra o ex-presidente e espera terminar o julgamento até o final deste ano. Se condenado, Bolsonaro deve pegar mais de 40 anos de prisão.