Uma comissão de autoridades policiais e judiciárias visitou o acampamento Flor do Amazonas, no ramal da Fazenda Urupá no município de Candeias do Jamari, verificando in-loco a situação dos assentados que foram atacados na madrugada da última sexta-feira por pistoleiros, supostamente a serviço de fazendeiros da região.
Com a presença da Policia Federal, Policia Civil, Polícia Militar,Ministério Público, Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Porto Velho e Ouvidoria Agrária nacional, juntamente com uma comissão de acampados, a força tarefa percorreu toda a extensão das duas estradas vicinais, recolhendo depoimentos e fazendo perícia nos barracos destruídos.
De acordo com o delegado César Pizzano, secretário adjunto de segurança pública do estado, as investigações estão bem adiantadas, com a identificação do elemento que alugou os carros na Aguiar Locadora. O delegado não quis informar o nome do marginal e nem se o mesmo encontra-se foragido.
Os carros já teriam sido encaminhados para uma perícia técnica para coleta de impressões digitais, sendo aguardado para breve o resultado.
Pizzano classificou como um ato de terrorismo o que foi feito pelos pistoleiros no assentamento, considerando inadmissível Rondônia ser notícia nacional por causa de pessoas que o mesmo definiu como animais.
Ficou definido na reunião com lideranças dos assentados que uma força policial vai ficar na região, realizando barreiras nas estradas a fim de dar segurança para as famílias que se encontram traumatizadas com a violência dos pistoleiros.
Uma mulher gestante relatou emocionada que acordou com o cano de uma escopeta encostada na sua barriga. Outra apresentou duas crianças que foram agredidas pelos marginais. A escola do acampamento foi poupada pelos incendiários, porém as aulas estão suspensas, com as crianças da comunidade precisando de acompanhamento psicológico para superação de traumas.
“Meus filhos desde o dia do ataque só dormem agarrados em mim. O menor está fazendo xixi na cama todos os dias” disse uma assentada para a reportagem.
De acordo com Pizzano, as investigações estão sendo conduzidas com celeridade e a prisão dos infratores é uma questão de tempo.
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