O choro do senador - Por Valdemir Caldas
Foto: Divulgação
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O senador Valdir Raupp foi às lágrimas, quinta-feira, durante reunião da Comissão de Agricultura do Senado, marcada para discutir o péssimo estado da BR -364, no trecho entre Vilhena e Porto Velho, ao lembrar-se de amigos seus que morreram na estrada.
As reações à conduta do senador indicam que será necessário muito mais que choro para resolver os problemas crônicos daquela importante rodovia.
Raupp, como todo mundo sabe, é presidente nacional do PMDB, partido que tem a maior bancada no Congresso e dá sustentação ao governo da presidenta Dilma Rousseff.
Em vez de submeter-se ao ridículo, sendo alvo de chiste por parte de setores da sociedade, o senador deveria, com o prestígio e a autoridade de que desfruta, bater na mesa e exigir do governo, ao qual serve com fidelidade canina, a imediata recuperação da 364.
Em dezembro de 2005, o então senador Heráclito Fortes (PFL-PI) ameaçou obstruir a votação de matérias de interesse governo, caso não fossem liberados recursos para aquisição de uma escada Magirus, para atender o Corpo de Bombeiros de seu estado. Depois de idas e vindas, o governo acabou abrindo as pernas.
Por que Raupp não faz o mesmo, ou seja, chama a bancada de Rondônia e ameaça obstruir as votações, nas duas casas de leis?
Nesse particular, o choro do senador soa muito mais como reconhecimento de sua incapacidade diante das evidências do que o sentimento de perda de seus amigos.
As lágrimas do senador podem até servir de conforto para algumas pessoas, mas, certamente, não ajudarão a resolver os problemas da 364, tampouco servirão para devolver ao convívio dos familiares as vidas que foram ceifadas
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