Fifa paga aposentadoria a Teixeira e Havelange mesmo após corrupção
Foto: Divulgação
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A Fifa (Federação Internacional de Futebol) manteve o pagamento de aposentadorias para Ricardo Teixeira e João Havelange apesar do relatório do seu Comitê de Ética ter confirmado que ambos receberam propinas da ISL enquanto eram dirigentes da entidade. A pensão é um direito de ex-cartolas que estiveram pelo menos oito anos na cúpula da entidade.

"Nós podemos confirmar que por enquanto eles estão recebendo a pensão da Fifa de acordo com as regulações em vigor", informou a entidade ao UOL Esporte.
Na semana passada, relatório do Comitê de Ética confirmou que Havelange e Teixeira "não deveriam aceitar suborno" e "deveriam devolver [o dinheiro] já que o dinheiro estava em conexão com a exploração de direitos de mídia." Documentos da Justiça suíça mostraram que os dois receberam R$ 45 milhões em propinas e devolveram pouco mais de R$ 5 milhões.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, que prega a moralização da entidade, nunca iniciou processo para que o dinheiro desviado pelos ex-dirigentes fosse devolvido. Ele também decidiu, como ficou claro por essa nova informação, que eles terão os mesmo direitos de outros cartolas aposentados da entidade.
Pelo regulamento, o pagamento da pensão deve ser feito a partir do ano seguinte ao qual o dirigente deixar a entidade. "A pensão é paga por um máximo do número de anos em que o membro serviu no Comitê", descreveu o texto do relatório financeiro da Fifa. O programa foi criado em 2005 e há US$ 14 milhões disponíveis para remunerar os ex-cartolas. A entidade não informa o valor a que eles têm direito.
No caso de Havelange, ele deixou seu cargo efetivo de presidente em 1998. Considerado o tempo como presidente, poderia receber por mais 24 anos a pensão, até 2022 - o ex-dirigente tem 96 anos.
Teixeira recebeu seu primeiro pagamento anual da Fifa em 2013, visto que renunciou ao cargo do Comitê Executivo no ano passado. Ele terá direito a pensão até 2030, quando tiver 82 anos.
Enquanto estão em atuação, os dirigentes do Comitê Executivo têm um salário anual variável entre US$ 100 mil e US$ 300 mil, dependendo do ano, segundo informações de ex-dirigentes da entidade. Quando se aposentam, esse valor cai, mas a Fifa não revela o quanto.
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