Durante dois dias da semana, às quintas-feiras e aos sábado, a produtora rural Inelda Bregalda Vendruscolo, leva parte de sua produção de frutas, verduras e legumes orgânicos para vender na feira da cidade de Rolim de Moura, Zona da Mata rondoniense. Ela faz o inverso do que normalmente acontece numa pequena propriedade agrícola familiar interiorana: o principal vai ao mercado, e o excedente para consumo próprio ou reaplicação de adubos. Produtos como rúcula, almeirão, brócolis, alface, chicória, banana, araçá, pitanga e graviola são vendidos totalmente saudáveis, pois são todos livres de adubos químicos, vendidos à população rolimourense, frigoríficos e supermercados.
De suas terras saem também pocã, manga, tangerina, sapoti, cajá – também chamada taperebá, carambola e jenipapo. O diferencial na rentabilidade de sua propriedade está no fato de ela fazer o curso de capacitação rural desenvolvido pelo SEBRAE, em parceria com o STTR (Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais), Terra Sem Males e Prefeitura de Rolim de Moura, através da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente (SEMAM).
Inelda informa que aprendeu, por exemplo, o que é ativo, passivo, capital fixo, enfim, todo o controle financeiro. Ela admite ter tido dificuldades para fazer cálculos, até porque não teve muita oportunidade de estudos, estudando até a quarta série.
Um exemplo das mudanças é o caso da produção de acelga, cultura da qual ela fazia, antes uma colheita frente a três de alface. “Com o curso de capacitação rural aprendi a calcular os centavos e hora trabalhada. Concluindo: a alface dá muito mais lucro, apesar de utilizar o mesmo material para o cultivo”, diz Inelda Vendruscolo.
Outro fator que deixa a produtora otimista foi o aprendizado de que as hortaliças devem se pagar, e que para ter esse controle, é necessária a separação de recursos do empreendimento do pró-labore.
Sem desperdício
Aplicando corretamente o que aprendeu durante a capacitação rural, a produtora de Rolim de Moura diz fazer uma relação dos produtos que precisa, realizando compras de uma única vez. Soma-se a isso o entendimento de que, antes, desperdiçava muitos produtos, quando se podia reaproveitá-los.