Pouco antes de passar para o Valhalla, o escritor Manoel Rodrigues Ferreira, autor do livro mais conhecido sobre a ferrovia Madeira-Mamoré, cognominado pelo editor de “Ferrovia do diabo”, ele nos concedeu a mim e ao jornalista Zé Carlos Sá uma entrevista.
Falou-se sobre os tantos benefícios que seu trabalho jornalístico gerou a favor do Território, a paixão de abrir um caminho rodoviário que ligasse, via Porto Velho, a Amazônia Ocidental ao restante do país, a carta de um sitiante pedindo ao presidente JK (1956/61) que não deixasse a EFMM morrer.
Perguntei ao Manoel Rodrigues Ferreira como ele descobriu a ferrovia e ele foi bem claro que recebera em São Paulo umas fotos de umas carcaças de trens sem saber do que era, e nem quando procurou ajuda encontrou quem identificasse.
Disse que as fotos tinham apenas as letras EFMM que ele soube muito depois se tratar da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que ele conhecera na metade da década de 1950 quando veio a serviço de um jornal paulistano e, em 1959 quando participou da recepção do caminhão “Bandeirante”.
Pouco antes da inauguração da rodovia Belém-Brasília, Manoel Rodrigues Ferreira entregou a JK a carta do sitiante, que Juscelino Kubistchek lembrou ao receber a comitiva dos governadores da Amazônia quando da inauguração da Belém-Brasília.
“E o livro, por que o nome “Ferrovia do diabo”? Manoel Rodrigues explicou que o nome não foi decisão dele, mas do editor. O escritor contou que quando procurou a editora o título que dera foi “EFMM uma ferrovia na selva”.
Depois de uma discussão sobre o título, que assim, dizia o editor, não venderia nada, ele foi embora para casa e ao voltar no dia seguinte encontrou já impressos vários exemplares com o título “Ferrovia do diabo”, que o editor considerava mais atrativo.
A EXPLICAÇÃO
Dia 15 passado o escritor Paulo Cordeiro Saldanha (*) lançou em Porto Velho, no auditório da biblioteca “Francisco Meirelles” seu 14º livro, “Entre brancos e originários – a Ferrovia de Deus”.
Na ocasião eu tive a oportunidade de contar a quase 100 pessoas presentes, a história logo aí em cima sobre a principal obra do jornalista, engenheiro, professor, historiador Manoel Rodrigues Ferreira (Itapuí, 25 de Julho de 1915 - São Paulo em 21 de maio de 2010)
(*) Membro da Academia de Letras de Rondônia (Acler) e da Academia Guajaramirense dde Letras
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Paulo Saldanha fala de seus novos projetos literários - ao lado do presidente da Francisco Chagoso, da Acler (F. Luka/gentedeopinião)